Aneurisma Cerebral
Os aneurismas cerebrais são lesões caracterizadas por dilatações, na maioria das vezes saculares, na parede das artérias que irrigam o cérebro. São mais comuns na faixa etária entre os 35 e os 60 anos, sendo raro em crianças, embora também possam ocorrer nessa faixa etária. São mais comuns em mulheres e, na grande maioria das vezes, se desenvolvem ao longo da vida dos indivíduos.
Acredita-se que os aneurismas cerebrais acometem de 1 a 6% das pessoas, sendo que esses números porem variar conforme a população estudada.
A maioria dos aneurismas cerebrais não causam sintomas, permanecendo silenciosos ate que se rompam, causando uma hemorragia cerebral (hemorragia subaracnóidea), que se apresenta, na maioria das vezes, como uma dor de cabeça de inicio súbito e de forte intensidade, muitas vezes descritas pelos pacientes como a pior dor de cabeça da vida.
A hemorragia subaracnóidea pode ter efeitos devastadores, o quadro clinico pode variar de uma cefaleia de forte intensidade a apresentações mais dramáticas como paralisia de membros, alterações visuais e ate mesmo o coma. Aproximadamente 15% dos pacientes falecem antes de receber algum tipo de assistência média e cerca de 4 em cada 7 pacientes desenvolverão algum tipo de disfunção neurológica.
Ainda é um grande desafio identificar, entre os pacientes que possuem aneurismas cerebrais assintomáticos, os indivíduos que têm maior chance de desenvolver uma ruptura do aneurisma com consequente hemorragia cerebral. Sabe-se que esse risco esta associado a presença de alguns fatoras, como: localização e tamanho do aneurisma, antecedente pessoal e familiar de ruptura de aneurisma cerebral, presença de múltiplos aneurismas cerebrais, hipertensão arterial e tabagismo.
O tratamento dos aneurismas cerebrais, antes da sua ruptura, quando corretamente indicado, pode prevenir todas consequências da hemorragia subaracnóidea. Já os aneurismas rotos (aqueles que sofreram ruptura) devem se tratados de urgência para evitar uma nova hemorragia, que pode agravar ainda mais o quadro inicial, levando a uma mortalidade de até 80%.
Existem duas técnicas para o tratamento dessas lesões. A cirurgia aberta (microcirurgia para clipagem do aneurisma cerebral) e a via endovascular (embolização do aneurisma cerebral). O método escolhido vai depender de fatores como tamanho, localização, quadro clínico do paciente e formato do aneurisma.
A embolização, técnica preferencial para o tratamento dos aneurismas cerebrais rotos e não rotos, consiste no tratamento do aneurisma sem que ocorra abertura do crânio. É uma técnica minimamente invasiva e também chamada de via endovascular. O procedimento é feito através da punção de uma artéria do corpo, em geral a artéria femoral, que fica localizada na região da virilha. Com a utilização de raio X e contraste iodado, o neurocirurgião endovascular analisa em tempo real e com detalhes, toda a circulação cerebral do paciente. Diversos tipos de materiais podem ser utilizados para a oclusão dos aneurismas, tais como “molas” (espirais de platina destacáveis), balões e stents.
A microcirurgia para clipagem do aneurisma cerebral consiste na abertura do crânio e dissecção das artérias do cérebro até a exposição do aneurisma com posterior clipagem do mesmo.
Como confirmar o diagnóstico?
Os aneurismas cerebrais são inicialmente diagnosticados em exames que avaliam as estruturas vasculares do cérebro como a angioressonância ou a angiotomografia de crânio.
Uma fez feito o diagnostico com alguns desses exames pode ser necessário a realização de angiografia/arteriografia cerebral para uma avaliação detalhada das características do aneurisma e programação da melhor opção de tratamento.
Possíveis causas do aneurisma cerebral?
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Tabagismo;
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Hipertensão arterial;
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Histórico familiar de aneurisma cerebral;
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Uso de drogas;
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Doença renal policística;
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Algumas doenças do colágeno como Síndrome de Marfan e Ehlers-Danlos.
Quais são as possíveis sequelas do aneurisma cerebral?
O aneurisma cerebral quando rompe leva a um quadro de hemorragia subaracnóidea que pode ter efeitos devastadores, com uma taxa de mortalidade próxima a 40%. Aproximadamente 15% dos pacientes falecem antes de receber algum tipo de assistência média e cerca de 4 em cada 7 pacientes desenvolverão algum tipo de disfunção neurológica.