Angioplastia de Carótidas e Vertebrais

A angioplastia de carótidas e das vertebrais é um procedimento minimamente invasivo realizado para promover a desobstrução das artérias carótidas (principais artérias que levam sangue para o cérebro) e das artérias vertebrais (principais artérias que levam sangue para o tronco cerebral).

Na grande maioria dos casos a obstrução das referidas artérias é ocasionada por placas de gordura e cálcio (placas ateroscleróticas) que vão se acumulando na parede arterial levando a um quadro de estenose (diminuição do calibre da artéria). A formação e acumulo dessas placas de gordura são uma das principais causas de AVC em idosos. 

A desobstrução das artérias carótidas e vertebrais é realizada, por meio de cateterismo, com a colação de um stent para recobrir a placa e posteriormente é utilizado um balão para restabelecer o calibre normal desse vasos sanguíneos.


Sintomas

A estenose das artérias carótidas ou das artérias vertebrais podem ser assintomáticas e nesses casos são diagnosticadas em exames de check-up, tais como doppler, angiotomografia ou angiorressonância. É bom lembrar que mesmo lesão assintomáticas podem causar ou AVC silenciosos.

Quando sintomáticas essas lesões costumam se manifestar com um quadro de isquemia cerebral (AVC). Normalmente essa isquemia pode ser provocada por três mecanismos distintos: o mais comum é uma parte da placa de gordura se desprender e obstruir uma artéria de menor calibre. Outra forma de AVC decorrente das placas ateroscleróticas acontece quando essas são muito volumosas e obstruem toda a luz da artéria, podendo levar a isquêmicas muito graves. O terceiro mecanismo de isquemia ocorre quando, devido a uma estenose grave, o cérebro não recebe sangue suficiente e algumas regiões mais sensíveis recebem menos aporte sanguíneo do que o necessário. 

Outros sintomas menos comuns decorrente de lesões ateroscleróticas graves nas artérias carótidas e vertebrais são tonturas, desmaios, alteração da cognição.

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Indicações

As lesão assintomáticas e que nunca provocaram isquemias silenciosas só são tratadas em casos de estenose muito graves (acima de 80%) ou se tiverem outros sintomas associados como desmaios e tonturas, sem outras causas.

Estenose de carótidas que já provocaram isquemia cerebral (AVC) devem ser tratadas quando a lesão determina uma redução do calibre da artéria acima de 50% ou se a placa apresentar sinais de instabilidade que podem aumentar a chance de recorrência do AVC, tais como ulceração e hemorragias. A indicação desse tratamento é a prevenção da recorrência da isquemia cerebral.


Procedimento

A angioplastia de carótidas e vertebrais é uma técnica minimante invasiva onde não é necessário a abertura do crânio ou da região cervical do paciente para o tratamento da lesão. A cirurgia é feita por via endovascular, ou seja, por dentro das artérias. Para tal, é necessário realizar uma punção de uma artéria na perna do paciente, na altura da virilha (artéria femoral) ou no braço (artéria radial ou braquial) e levar um cateter até a região.

Uma vez alcançada a região da placa aterosclerótica um stent é liberado cobrindo toda a lesão fazendo com que toda a extensão da placa fique presa contra a parede da artéria, evitando assim a migração de novos pedaços de trombos para dentro da circulação cerebral. Após a colocação do stent é inflado um balão que irá restabelecer o calibre original da artéria restaurando assim o fluxo cerebral original.

Existem diversos tipos de stents e balões que são capazes tratar a estenose da artéria carótida.  A escolha do material mais adequado vai depender das características da lesão e do paciente, portanto, a escolha da melhor técnica é individualizada.

Nenhuma incisão cirúrgica é necessária, apenas um pequeno furo na pele que não precisa de curativos especiais.


Dúvidas Frequentes

A principal causa de obstrução das artérias carótidas e vertebrais é a doença aterosclerótica.

A aterosclerose é o acúmulo de placas ricas em gordura nos vasos e pode acometer qualquer artéria do corpo.

Quando acomete as artérias carótidas ou as artérias vertebrais pode gerar o Acidente Vascular Cerebral Isquêmico (AVCi), popularmente conhecido como “Derrame”.

A doença da artéria carótida tem como sua principal consequência os acidentes vasculares cerebrais (derrame).

O cérebro precisa de um suprimento constante de oxigênio e nutrientes para funcionar. Mesmo uma pequena interrupção transitória no fornecimento de sangue pode causar problemas graves. As células do cérebro começam a morrer após apenas alguns minutos sem sangue ou oxigênio. Se o estreitamento das artérias carótidas se tornar suficientemente grave para bloquear o fluxo sanguíneo, ou caso um pedaço dessa placa se quebre e migre para um ramo arterial distal e bloqueie o fluxo sanguíneo, pode ocorrer um acidente vascular cerebral isquêmico (AVCI) ou um ataque isquêmico transitório (AIT).

A angioplastia de carótida é realizada sob sedação.

Todo procedimento médico contempla alguns riscos. Entretanto, de modo geral, os métodos intervencionistas são aqueles que apresentam os menores índices de complicações.

Dos riscos possíveis, os principais são observados no local da punção na virilha ou no punho, como por exemplo um hematoma.

Complicações mais graves como isquemia cerebral e hemorragia cerebral podem ocorrer, mas são eventos muito raros.